David Gorodovits
O Shabat que antecede Purim é chamado Shabat Zachor (Sábado da Recordação).Nele se lê um trecho do Deuteronômio onde está escrito:
“Recorda-te do que te fez Amalek, no caminho, quando saias do Egito; ele te encontrou e feriu a todos os enfraquecidos e enfermos que se retardavam, enquanto estavas sedento e fatigado, e Amalek , não temeu a Deus”
“Quando, pois, o Eterno teu Deus te conceder descanso de todos os teus inimigos, na terra que o Eterno teu Deus te está dando por herança, para possuí-la, apagarás a memória de Amalek de debaixo dos céus, não te esqueças”
Esta determinação se tem traduzido através da Historia, na participação dos judeus em todas as lutas que se fizeram contra a opressão. Apagar a memória de Amalek significa fazer com que no mundo não mais possam existir opressão e opressores.
Dentro desta linha de raciocínio, Purim é celebrado em 14 de Adar e comemora um episódio da história dos judeus na Pérsia, descrito na Meguilat Ester (Rolo de Ester)
Ela conta em detalhe como Haman (Ministro do rei) induziu o rei a emitir um decreto ordenando que em todas as províncias da Pérsia, fossem os judeus assassinados em 14 de Adar e como Ester conseguiu, orientada por seu tio Mordechai, fazer com que o rei emitisse outro decreto autorizando os judeus a defenderem suas vidas, destruindo a quem os quisesse destruir, transformando assim a possibilidade de extermínio numa vitória avassaladora.
Nossa tradição considera Haman, como descendente de Amalek, e a maneira simbólica pela qual se cumpre hoje a determinação, de apagar seu nome, é abafar com os mais variados ruídos, o som de seu nome, a cada vez que,ele ocorre durante a leitura da Meguilá.
A designação de Purim, dada a esta festa, deriva da palavra PUR eu significa sorteio, porque Haman através de um sorteio escolheu o mês e o dia que considerou mais favorável para a execução de seus desígnios malévolos.
Na época em que se passaram os acontecimentos narrados na Meguilá, cada um pensava: “Se eu não tenho suficientes méritos para merecer ser salvo pelo Eterno do período que nos acossa, talvez meus amigos os possuam”. E por isto lhes remetiam presentes como que agradecendo por serem salvos por seus méritos. Este continua a ser, de certa forma, o sentido de Sheloach Manot. (Remessa de presentes),sendo que é essencial que também se providencie presentes para os pobres da comunidade.
Aliás costuma-se aumentar nesta época o volume de doações para os necessitados.
É também mitzvá (mandamento) em Purim, fazer uma Seudá (refeição) festiva, que se deve iniciar antes do anoitecer do dia 14 de Adar.
Dos alimentos característicos de Purim, o mais conhecido é o “Oznei Haman” (Orelha de Haman) uma massa em forma de triangulo recheada com guloseimas, também chamada de “Hamentash” (Chapéu de Haman)
Nesta festividade abranda-se a restrição a beber quantidades de vinho maiores que as habituais.
Há um comentário do sábio Ravá que diz, inclusive, que se deve beber até não distinguir mais, entre Abençoado seja Mordechai e Amaldiçoado seja Haman.
Uma explicação para esta recomendação, não é a de que é permitido embebedar-se nesta ocasião, mas sim o que se segue:
A presença do Eterno na condução da história dos povos se percebe tanto pela Benção que Concede aos justos quanto pela maldição que faz cair sobre os malévolos.
Em Purim, relembrando, alem da salvação alcançada, nesta época, naqueles dias, tantas e tantas outras com que o Eterno nos brindou, nosso coração se enche de tanta alegria, que percebemos sua presença, não pela maldição aos malévolos, mas somente pelas bênçãos que Concede aos que trilham Seus caminhos.
Em algumas comunidades se costuma também encenar peças cômicas alusivas aos acontecimentos de Purim .Fantasias e mascaras são usadas pelas crianças e até mesmo por adultos, e se fazem concursos para escolha da Rainha Ester, seja a vitória atribuída pela roupa mais engraçada, pela mascara mais original, ou ainda, pela escolha de alguém a quem a comunidade quer homenagear.
Que não tarde a chegar o dia, em que toda a opressão venha a cessar e as tiranias sejam, para sempre, banidas da terra.
Então não mais haverá razão para que os homens se odeiem, e, em autentica fraternidade, os seres humanos se amarão, uns aos outros, servindo assim, da melhor forma, ao Eterno, o Criador da Vida, do Amor e da Paz.
quinta-feira, 5 de março de 2009
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